quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Espaço Entrevistas | Jorge ROque, jogador do União de Montemor


Natural de Montemor o Novo, Jorge Roque de 34 anos é um dos médios centro mais carismáticos do nosso Distrital. Jorge conta com 325 jogos pelo União de Montemor apontando 85 golos, no Juventude de Évora realizou 62 e fez o gosto ao pé por 19 vezes.
Titulos:
Campeão Distrital - 2000/01
                                 2006/07
                                 2008/09
                                 2014/15
Taça Évora - 2000/01
Supertaça de Évora - 2000/01

Campeão Nacional da 3ª divisão série F em 2012/13



Futebol Distrital – Jorge, antes de mais um muito obrigado por aceitares o meu convite para este “desafio” das entrevistas. Fala-me um pouco de ti?
JR – Antes de mais gostaria de agradecer o convite, pelo qual me sinto muito honrado e é com enorme prazer que aceito este desafio. Falar de nós próprios nunca é fácil, mas creio que sou uma pessoa perfeitamente normal com 34 anos, casado e pai babado de uma menina linda, sou Alentejano “com muito orgulho”, além da paixão que tenho pelo futebol, gosto de estar com a minha família, e como hobbies os meus preferidos são o cinema e a leitura.

FD – Como inicias-te a tua carreira no futebol?
JR – A paixão pelo futebol vem desde que comecei a gatinhar, e sempre andei acompanhado de uma bola, o que fazia a vida negra às minhas avós, visto conseguir partir a maioria dos vasos no quintal, portanto sempre que podia estava a “jogar à bola”, tive também a sorte de ter um irmão com quem podia jogar constantemente. Em termos federativos iniciei-me no Grupo União Sport (União de Montemor) aos 10 anos de idade, fazendo aí toda a formação até chegar ao escalão de seniores, clube pelo qual fiz o primeiro jogo oficial de seniores com 17 anos.

FD – Depois de seres campeão pelo Juv. Évora, qual foi o motivo que te fez regressar ao União?
JR – O primeiro motivo que me fez regressar, foi muito honestamente a minha família, pois com filhos as prioridades mudam e a época no Juventude apesar de ter corrido extremamente bem e de nunca ter cometido uma falta a um treino ou concentração, não foi fácil conciliar, pois a minha mulher trabalha fora de Montemor e houve semanas esgotantes, e como eu entendo que dentro de um campeonato não profissional, deveremos tentar ser o mais profissionais possíveis, creio que não me podia comprometer num campeonato onde estamos muito tempo ausentes e longe da família, esse terá sido o principal motivo, sendo que depois há todo um lado emocional e afectivo com o União, afinal fiz 22/23 anos consecutivos com aquele emblema e nunca escondi que era o meu clube do coração, o clube de que sempre gostei e pelo qual nutro um grande carinho, era muito difícil dizer que não ao União…

FD – Como te sentes cada vez que pisas o relvado do 1º de Maio?
JR – É curiosa a pergunta, pois até estou com alguma ansiedade, positiva claro, de voltar a jogar no velhinho 1º de Maio, já tentei imaginar como será regressar aquela que foi muitos anos a minha segunda casa, mas respondendo à pergunta directamente, pisar aquele relvado é uma grande honra, é caminhar por um local com mais de cem anos de muita história, que acima de tudo deve ser respeitada.

FD – Quais são os teus principais objetivos para esta nova temporada?
JR – O União pela sua história quando está inserido num campeonato de nível do distrito terá obrigatoriamente de lutar sempre para os lugares cimeiros, nem os sócios permitiriam que assim não fosse, mas a realidade do clube hoje também é outra e depara-se com inúmeras dificuldades financeiras, sendo que o principal objectivo será o reequilíbrio das contas do clube, mas tentando fazer uma equipa competitiva com a grande maioria de jogadores oriundos da formação e que estavam em outros clubes, a nível pessoal os objectivos são os de sempre, a ambição é sempre renovada a cada época, e a ambição não tem a ver com o facto de jogares num nível mais elevado ou menos elevado, quem é ambicioso é-o sempre e em qualquer lugar, seja a jogar, treinar ou até a brincar, ser o mais profissional possível, ajudando e colaborando com o União naquilo que estiver ao meu alcance.   

FD – Para ti, qual é o momento mais marcante na tua carreira?
JR – Há vários momentos que poderia enumerar, tantos e tão saborosos, bem como outros mais amargos. Mas creio que a manutenção conseguida no estádio do Quarteirense, no último jogo em que era obrigatório ganhar, com autocarros a seguirem de Montemor para nos apoiar, chegarmos a Montemor às duas da manhã e estarem centenas de adeptos à nossa espera para festejarmos o que seria impensável ou também “o jogo do título” com o Estrela de Vendas Novas, com o 1º de Maio com mais de 2000 pessoas, foram momentos arrepiantes. Mas haveria tantos que poderia enumerar, sinal de que a idade já vai avançada J

FD – De todos os títulos que já conquistas-te qual teve aquele gostinho especial?
JR – Creio que todos sem excepção, porque todos deram imenso trabalho, trabalho de meses inteiros de sacrifício, cansaço, superação, mas se tivesse de destacar um diria que o da época de 2008/2009, porque envolveu como referi atrás um jogo muito especial com o Estrela de Vendas Novas, e é impossível apagar da memória o 1º de Maio completamente cheio.

FD – Todos dizem que o União será candidato ao título, sentes por isso algum tipo de pressão extra?
JR – É perfeitamente normal que as pessoas digam que o União é candidato, pois é o clube que vem do CNS, pela sua história será sempre um candidato nesta divisão de elite, embora no meu entender haja equipas com os recursos que o União não tem neste momento, eu acredito que não há pressão, eu não sinto pressão, o que sinto é uma enorme responsabilidade por vestir a camisola do União e por representar um clube com tanto historial.

FD – Chega a um União totalmente renovado, uma equipa com um misto de experiencia e juventude isso será benéfico para o clube?
JR – Creio que neste momento a aposta é a correta, visto a direcção ter feito regressar muitos jogadores da sua formação, até porque no futuro isso será essencial, e sim, de facto temos neste momento no plantel um misto de jogadores com experiência e jovens jogadores há procura de afirmação, e quem sai beneficiado será sempre o União.

FD – Quem é a tua “inspiração” para que domingo pós domingo faças grandes exibições e marques tantos golos, sendo tu um médio centro?
JR – Como todos nós que gostamos de futebol eu também tenho os jogadores que me fazem gostar ainda mais deste desporto, sendo que o Zidane foi sempre o meu preferido, o Maldini o grande exemplo e depois admirava muito o Lampard, pela capacidade de trabalho e … de fazer golos.

FD – Jorge um grande abraço e obrigado por disponibilizares um pouco do teu tempo. Gostava que deixasses uma palavrinha aos nossos leitores?
JR – Eu é que tenho de agradecer, por permitires que falasse um pouco de futebol e que recordasse algumas coisas que já aconteceram na minha carreira, e como foi bom recordar. Aos leitores do Futebol Distrital gostaria de deixar uma palavra de apreço e consideração e um muito obrigado por promoverem o futebol do nosso distrito, continuem a acompanhar o blog e o próximo campeonato da divisão de elite.
Ao Luís Silvério um muito obrigado mais uma vez e os parabéns pelo sucesso do Blog. Saudações desportivas a todos.

2 comentários:

  1. Luís continuas em grande, obrigado por não desistires do nosso distrital

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  2. Grande entrevista a um atleta com uma brilhante carreira recheada de títulos. Parabéns

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